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Caixinha de surpresas


A vida passa num piscar de olhos, num estalar de dedos. Nós vivemos intensamente cada momento da nossa vida, mesmo que sem perceber. Fazemos escolhas que nos levam a caminhos que nunca imaginaríamos chegar. Caminhos que na maioria das vezes são difíceis, mas que sempre conseguimos passar. A gente ri, chora, ama, odeia, grita, se cala... A gente vive. Vive cada momento como se fosse o último. E quando olhamos para trás, tudo o que temos são lembranças.

Conhecemos pessoas extraordinárias ao longo do tempo; pessoas que acreditamos severamente que nunca iremos nos afastar e que nada mudará a relação. Mas daí descobrimos que ninguém vem pra ficar. Ninguém tem um lugar fixo no mundo. E então, aprendemos da pior forma possível que não podemos nos acostumar com a estadia de ninguém, todos um dia irão partir, seja por bons ou maus motivos. Depois que partem, tudo o que nos resta é lembranças, memórias. Aqueles filmes que ecoam na nossa mente quando estamos deitados em nossas camas. Filmes de coisas que acontecem nas nossas vidas. E que faz a gente chorar.

A vida é uma caixa de surpresas, nada do que acontece é o que esperamos. A vida nos oferecesse o que já é nosso, mas que não sabemos disso, por isso a surpresa. Se há um problema que você acha que seja ruim demais, relaxa, era pra ser seu e depois se resolve. Sempre resolve. Você sabe disso e eu também. A morte? Faz parte da caixa de surpresa também. Não podemos calcular em qual dia, mês e ano que morreremos. Por que faríamos isso? Toda a graça iria embora.

Acho que a morte é um nada, um breu, um vazio; sem luz, som, cheiro, sem nada. Se a vida tem tudo, a morte tem o nada. As coisas simplesmente acabam e você não descansa em paz e nem simplesmente descansa, porque tudo acaba. Você acaba, você não existirá mais nem pra descansar. Tudo puf, desaparece. É por isso que ninguém quer morrer indigente, esquecido pelo mundo. A gente quer que façam uma estátua nossa em uma praça, pra que todos nos vejam para sempre. Não queremos que nossas lembranças se vão, se apaguem. Por isso o desejo insaciável de ser lembrado após a morte.

Pensando bem, é injusto passarmos por tanta coisa enquanto vivos, para que um dia, simplesmente nosso corpo pare de trabalhar. Tudo jogado fora, todo o esforço de viver foi em vão. Tudo por causa da inimiga da vida, a morte.

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